segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Medicina de Mercado

A abordagem de temas de cunho politico-social é, de fato, necessária a toda a população. No caso do curso de Medicina, faz-se tão importante quanto, senão mais, visto que a maioria dos estudantes constitui uma elite social em grande parte alheia aos acontecimentos político-sociais do país. Para muitos deles – e para a classe média em geral – a abordagem privada da saúde já não é questionada. O direito à saúde foi esquecido. Acostumou-se a pagar o convênio, a consultar em especialistas cada vez mais específicos, e, sobretudo, a reclamar do SUS – ironia, pois o único contato com o sistema único de saúde com essa parcela da população é indireto, distorcido via grande mídia, a qual raramente salienta pontos positivos, e divulga sim casos muitas vezes isolados de pontos negativos extremos. Além disso, mesmo professores da faculdade, por vezes, não dedicam devida atenção à necessidade do debate desses assuntos, muitas vezes aparentando estarem eles próprios tomados pela ignorância dos rumos e prioridades na saúde e nos variados setores brasileiros. Com isso, chega-se a uma situação delicada ao final do curso: enquanto o país necessita de um maior número de profissionais conscientes sobre a situação da saúde brasileira, graduam-se mais e mais médicos encilhados pelo conceito pré-formado da medicina privada, da medicina de consultório, da medicina de convênio – agindo, por pura inércia, tal como médicos desesperançados pela resolução de um problema de que mal tomaram conhecimento.

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