O Paradoxo Donald
A questão: Por que, ao sair do banho, o Pato Donald usa uma toalha na cintura se ele nunca usa calças?
O Pato Donald, famosa personagem criada pelo anedotista americano Walt Disney, é um pato - como o nome já diz, evidentemente. Certo? Não, errado. Errado desde o princípio de sua nomenclatura, de tal espantosa semelhança à 'Macabéia', famosa personagem da grande escritora brasileira Clarice Lispector. O fato é que o dito "pato" Donald, na verdade, é um marreco, ave natural do hemisfério norte - porquanto patos são restritos ao nosso hemisfério. Esclarecido este primeiro caso, tentarei ser objetivo quanto ao que tange o pudor do marreco, dito "pato", Donald.
Walt Disney, o gênio, não era mero escritor pequeno de contos infantis. A fama ao redor de seu nome não veio ao acaso. Sua habilidade ímpar em despertar a profunda reflexão acerca das questões mundanas dentre os seus semelhantes, ainda hoje, é bem conhecida. Interpretações diversas acerca do "paradoxo Donald" percorrem, incessantes, gerações e gerações, sem uma resposta que satisfaça esclarecimento. O que de fato acontece é que, dotado de tamanha capacidade intelectual, em inspirado afã de introspecção crítica, Walt Disney quis provocar a sociedade. E assim o fez, criando um ser de tamanha incoerência. Vejam bem, meus caros, um pato, que na verdade é um marreco, com feições e atitudes ora humanas, ora selvagens... é uma zomba, uma troça. Mero motejo de um velho gozador que, nos fins de seu longo fio de vida, deixou um enigma em aberto, como prima obra de uma mente brilhante.
De maneira qualquer, traduz-se a questão como sendo o equilíbrio entre duas forças opostas, uma dualidade maniqueísta que, descontente em englobar tanto, vira-se ao avesso, questionando a própria proposição em tom debochado, fazendo de sua simplória figura, um ridículo ácido da sociedade como um todo.
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