domingo, 12 de agosto de 2007

Música, Futebol, Beleza e Lixo

A beleza das coisas está se perdendo. Pode parecer nostalgia, mas não consigo acreditar que seja, de fato. É simplesmente uma postura saudosa de tempos que, como indivíduo, nunca presenciei; mas que, como fruto daquela geração, adoto como algo, pelo menos, mais belo.
Hoje eu vi um jogo na televisão (Grêmio 1 x 2 Corinthians)... vi um jogo, apenas, porque, quero deixar claro, eu não vi um jogo de futebol. Não quero acreditar que o futebol virou isso. Futebol, na essência da palavra, é esporte... é competição, é garra. O que vi não era esporte, não era competição, não era garra. O que vi não eram nem 2 times medíocres... porque o que eu vi não eram times. O que eu vi eram pessoas... pessoas comuns, uniformizadas, correndo de cá para lá e de lá para cá para tirar seu sustento, seu pão de cada dia. Poucos jogadores, muitas pessoas. E nós, como pessoas, somos uma torcida frustrada em querer ver futebol, mas vendo uma maioria de pessoas, nossos semelhantes, sem vontade de jogar, simplesmente atuando seu papel de jogador.
Tal como a música propriamente dita, que só pode ser encontrada fora da mídia, nos becos e esquinas onde a beleza transcende a estética, o futebol belo já não é mais profissional. Poucos, dentro dessa esfera, são jogadores propriamente ditos. Eles não mais vestem a camisa do time, eles não mais têm garra ou têm vontade. Eles não querem gols, querem, apenas, sobreviver.
E a sobrevivência não tem nada de bonito. A beleza não mais faz parte do que é divulgado - do músico na boca do povo ao jogador que joga apenas como profissão. A beleza, mais e mais, é abandonada em becos sujos, aos cuidados de uma minoria que, de fã, é obrigada a se tornar seu ideal de ídolo. E de torcedores, vamos jogando pelé... de amadores, passamos a músicos, de fato... porque não há mais diferença entre lixo e beleza estética.
Hoje, a beleza é feia...

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