domingo, 23 de novembro de 2008

Hipocratismo Ambiental

O pudor vegetariano que luta por vacas gordas livres, mas não se abala com famintas crianças caquéticas, habitantes da estreita faixa entre a República Centro-Africana e Moçambique. Vejam bem, não é uma crítica essencialmente à causa do vegetariano. Eu também sou adepto da idéia de todo homem precisar de uma causa por que lutar. É saudável, e é sempre satisfatório olhar para trás podendo reconhecer um ponto no qual fizemos a diferença numa mudança para melhor.
Mas por que as causas passaram a ser tão... específicas?
A partir de que momento começamos a dividir as coisas?
Ah, a luta pela causa do periquito branco amendoim, pela causa dos animais, pela causa da amazonia, da aids, da áfrica, da educação, do MST, MDB, http... Adianta lutar pelas coisas, soltos, vagando em vão por um universo infinito? Dentro do contexto de "Mundo melhor", ainda falta um pouco de coerência. Vejo pessoas pregando morais desconexas. Vejam bem, não é uma crítica essencialmente à causa do vegetariano, mas... pessoas estão morrendo! Sofrimento humano, a toda hora, em todo lugar... Isso não é um pouco mais preocupante? Se juntássemos o grande grupo dos insatisfeitos com o mundo, poderiamos deliberar prioridades pelas quais lutar. Questões primordiais, questões secundárias, etc. Em grupo, sem dúvida teríamos maior poder de persuasão para uma mudança de fato. E isso seria lindo e excepcionalmente prático, porque é óbvio que juntos podemos mais!
Mas... será que chamamos os vegetarianos? Vejam bem, não é uma crítica essencialmente à causa do vegetariano, mas... quem vem primeiro, o homem ou a galinha?
Talvez eu seja uma minoria. O normal, por uma identificação mútua entre a população, de certo, é ter natural prioridade no fim do confinamento do macaco prego em áreas menores que 5 mil hectares e ser ferrenho defensor da preservação dessas áreas que, no mais, seriam usadas pra tirar o alegre viver e o direito natural de ir e vir do... é, do macaco prego. Quem sou eu para julgar? É da natureza do homem a simpatia pelos desfavorecidos. Salvemos as bactérias! Oh! cruel advento das chacinas antibióticas!
Definitivamente, sou a minoria que aqui, na selva de pedra, não passa adiante o e-mail da "Vergonha Mundial", falando da chacina dos golfinhos nórdicos, mas fica abalada, assim, de leve, com o sistema que destrói a dignidade de iguais e goza de uma desorganização burra, nos apodrecendo, esquina após esquina, as próprias carnes e as próprias dignidades...

Um salve (SALVE!) à moda...

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