domingo, 15 de junho de 2008

poemeto

Embarga a voz,
Palpita o coração,
Calam os olhos,
As palmas,
As bocas...
E a alegria já se faz saudosa
Que veio a tristeza da partida,
E veio para ficar.

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segunda-feira, 9 de junho de 2008

Fossa Crítica

Eu vou assim meio aéreo,
meio perdido, meio a meio
num exercício forçoso que é conviver com essa idéia.

Eu vou vivendo em vão
ouvindo em todo lugar essa canção
e em todo lugar, o cheiro, e o gosto,
e o momento vago, que agora é vivido fora daqui.

Nesse quarto, nessa sala,
esse fardo selado, pesado, triste
talvez não pela perda
talvez não pela mentira
não sei... é tristeza
desnuda, crua, intensa
que aperta, que sufoca, que embaça.

E que me faz do corpo uma linha torta.
E eu vou torto, meio morto
passo a passo, flutuante, eu vou
vou sem chão, sem ar
vou fugaz, sem perdão
vou caindo sem saber onde chegar
embalado por um sentimento doloroso... sem nome.

A pele magra se torna opaca
os olhos, fundos,
as mãos, mortas,
morto... me sinto morto
me sinto preso dentro de mim mesmo,
desfragmentando os meus pensamentos,
despersonalizando as minhas pessoas,
não dá certo... nem assim.
logo eu mesmo me acho, me aperto e me mato.

E os únicos momentos sãos vão de auxílio ao torpor
dentre goles e tragadas, a tristeza se dissolve
e eu volto...

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