segunda-feira, 30 de julho de 2007

O Tempo

Pois é, de repente voltei a pensar.
E, durante uma noite de insônia horrenda, cá tive eu um clique...

o fato:
...(*)daquelas noites que não se sabe se 'tá dormindo ou acordando, ou no meio termo, ou nem isso nem aquilo. Daquelas noites... eu tava no meio de um fogo cruzado na argentina. Ora eu era um documentário (sim, um documentário) sobre um suposto conflito dos anos 50, ora eu era um mendigo, um cachorro, ou um que quer que seja, num beco lá, vendo todo o furundunço de perto... sentindo... realmente sentindo...É, nada convencional... por certo que não. Mas por certo que qualquer um já passou por uma noite dessas. Noite que não se sabe o que se é, onde se 'tá, que se passou; noite afogada em delírios dos mais horrendos. Acordo. Com aquela sensação de não-saciação, com aquele sono esmurrando a nuca, com aquela confusão sobre o sonhado, fui realizando os afazeres de praxe e papapa.
A reflexão não é sobre sonhos, a reflexão não é sobre conflitos castelhanos (que se explodam os castelhanos)... é sobre REALIDADE.

a questão:
Acho que era Kant, ouvi falar pelo menos, quem dizia que o presente não existe, é uma ilusão; não pode ser, em nenhum momento, fixado no tempo. Longe de mim distorcer palavras de Kant, oh Kant!. Até porque, mal conheço o sujeito. Mas, é verdade, tem muito de lógica nesse devaneio kantoso aí. Por muito tempo acreditei nisso - afinal, ao ser pensante, é o óbvio. Contudo, um dia a gente tem uma (*). Não sei por quê, mas, entre uma e outra manteigada no pão, me veio o tal clique - cliquesse, supostamente, oposto total a Kant, oh Kant!....porque é tudo, afinal, um presente constante. Sim, meus caros, toda a realidade que vos arrodeia não passa de um presente-"futuro", determinando impiedosamente vosso presente-"presente", o qual, por tabela, já determinou aquele presente já passado... e qual é a diferença disso e do pensamento convencional? É o mais comum pensar-se que o acontecido de hoje implica certo acontecimento amanhã, correto? Pois bem, na teoria proposta, é o contrário - o amanhã determinou o hoje. Não sei se é adequado dizer "determina" nesse caso, mas é por aí. Acostumamo-nos com o unidirecionamento de causa e conseqüencia - o que acontece antes, é causa; depois, conseqüência. Todavia, nunca se pára a pensar que nossa interpretação de realidade não segue padrões físicos newtonianos (ou qualquer outra origem que valha a isso). Tal como naquele livro do Érico - "O Resto é Silêncio" - que cada testemunha interpreta de uma maneira diferente o que aconteceu com a tal pessoa lá que caiu do prédio (é, também só ouvi falar), acontece também conosco. Não é o "passado" quem nos determina, somos sim nós quem o determinamos. Já paraste a pensar de que ele te serve num momento de plena felicidade? Tu sentes saudade ou angústia numa atividade prazerosa, sente? Por certo que não, porquanto isso É, com todas as letras, o "PASSADO" - teu futuro motivo de saudosismo. 'Tá me entendendo? Nosso "passado" é dependente do estado de espírito presente; nosso presente é dependente do estado de espírito "futuro"! Pensaí...

Em suma, o tempo é uma constante....
(pode ser, pelo menos.)

Júnior

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Amargura

É essa pedra que me aponta o peito, e rasga a seco minha entranha...
hoje é domingo.
E se entende por domingo como o belo dia do sol sem sol;
dia do repouso inquieto,
da ânsia pelo algo incerto,
esse que, de certo, não vai acontecer... porque hoje é domingo...

E o tema é escasso, e eu não sei o que escrever...

Ah, amormeu, aboleteia que aboleteu,
veste a vista artista do ardor - ai! dor, dor -,
sua a guarda, a guardida ardida água caiada,
cai bem branda no coliculinho do vovô
vovô serafim
blublurublu
blérc! blérc!
zurungudúndum

Jão e Júnior

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Desabafo de Aniversário

Aniversário...
E uma fraca brisa de velhice coça a minha face sem pelos.
Esvoaçam longe as velhas brincadeiras de criança, a velha e pura inocência...
Ai! que minha essência já se escorre pelos ralos.
Lá se vai ela, com esse temporal carrasco... lá se vai...

E o que me vem?
me vem os gran-churrascos familiares, as crianças pipocando pelas paredes,
vem as conversas intelectualóides com o cunhado, os vinhos chilenos,
imposto de renda...

que merda.
deixa o velho aqui descansar no sofá felpudo, deixa...

Felipe e Júnior

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Blog

Eu ganhei um blog!
Eu ganhei um blog...
Eu nunca me prestaria a criar um blog, por isso saliento: "eu ganhei um blog...".
Um blog é deveras comunzinho; de fato, coisa de gente desocupada. Intenta-se, logo, que eu seja pessoa desocupada por ter um blog. Como pessoa desocupada, tenho direito a ter um blog, e, por isso, usufruirei desse blog tal como o dono explora o servo. Meu blog é meu súdito fiel e fará suas as minhas palavras. Difamarei incessantemente meu blog pois, como blog, um blog permanecerá. Blogarei meu lado blog, blogando ao mundo blog as maravilhas que um blog a meu serviço blog blogar. Inúmeras vezes, este blog lhes parecerá quase vivo, lhes causarão quase espanto, lhes blogará... sem dúvida que sim. Entretanto, não se deixe, pelo encanto, ser enganado, pois não é por quases que se plantam ventos e não serão blogs que o blogarão blogado... blogs sempre serão blogs, meus amigos, e, como blogs, blogarão blogueando pelos blogs afora...
blog...blog...blog...
Júnior

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sábado, 28 de julho de 2007

União Estável - Porta de Entrada

Creio ser pertinente uma breve (ou nem tanto) reflexão sobre o assunto, logo de início, para motivar os colegas. Além disso, é um assunto intrigante a qualquer um - afinal, (e eu hei de concordar...) diz que "temos nesses outros não uma companhia, mas, inexplicavelmente, uma necessidade".
Tomo o exemplo de cá, da Redação. Quando dizemos ter uma convivência intensa há mais de vinte anos, provavelmente entendem como hipérbole, ou nos tomam como mentirosos mesmo. Mas não, de fato, é um convívio tal como descrito. Nesses vinte anos, partimos de nossa inconsciência uníssona de desbravadores desse admirável mundo novo e aportamos ao que somos hoje - um emaranhado de idéias muitas vezes confusas, por vezes complementares, por vezes opostas, mas, acima de tudo, totalmente interligadas. O que temos aqui é o amadurecimento de idéias que, em algum ponto, se tocam (ou melhor, se "grudam") e, a partir daí, se equilibram.
Eu sempre gosto de fazer esta analogia: a Redação como se fosse uma pessoa só. Uma pessoa tem, em sua cabeça, um caldeirão de idéias fervilhando - e vão lá pensamentos se batendo uns com os outros, se ajuntando, se esfolando, se quebrando incessantemente... enfim, uma constante evolução de opiniões que culminam (a partir de certo ponto da vida) numa personalidade mais ou menos firmada. Partindo desse pressuposto, não se notam muitas diferenças entre uma pessoa de verdade e a Redação. Em essência, são apenas idéias. Idéias minhas, idéias dos meus colegas, que, debatidas, crescem, tomam forma, e viram alguma coisa no jornal. Idéias que, por algum motivo, se unem e se conformam a um arranjo comum à união estável.
Que são idéias interligadas, tudo bem. Pessoas que se "grudam", ok, entende-se. Mas por que tudo isso? Aí ninguém sabe... afinidade? vá lá... mas por que razão? Inexplicável. Simplesmente vão surgindo esses elos de onde menos se espera. Muito além de estar restrito a idéias, o apego - tal como o desapego - de uma pessoa à outra é um mistério indecifrável. E, em vez de se questionar, afinal, o que o gera, vejo com maior importância cultivar fenômeno esse tão intrigante. Chamem de amizade, de amor próprio, ou de tantos outros nomes que se dá a situações, no mínimo, similares - um homem na luta contra a loucura, um casal na superação da crise dos 15 anos, a mente de um pastor evangélico, a Redação desse jornal, ...
Bom, nós, da redação, conformados, sem esforços (de minha parte, pelo menos), para estabelecer esse elo, estamos felizes e ansiosos pelo começo dessa jornada. A concretização do projeto "Jornal Critilo" será um meio eficiente de nos conhecermos melhor, expondo por completo tudo o que se passa por aqui, e ainda, e não menos importante, objetiva induzir um copular frenético, psicótico e imoral de idéias, nossas e d'outrem, sem dar a mínima às conseqüências disso.
Agradecemos a todo o apoio que nos foi dado desde o início - e, se algum nome deve ser citado, esse nome é um só: Gabi Sturz (ao teu apoio, ao teu esforço imensurável, e a tudo mais, Gabriela, te agradecemos! Este projeto é dedicado a ti! Um beijo forte de toda a Redação!!).
O Formato do Jornal é bem simples: cada texto será publicado relacionado a uma ou mais seções do Jornal. A seguir, breves comentários sobre cada seção:
  • Apresentações - segue desse post (levemente introdutório) e d'outros futuros, apresentando os membros da redação e o que mais puder ser apresentado;
  • Classificados - anúncios variados;
  • Esportes
  • Reflexões - área filosófica do jornal, textos pesados e profundos;
  • Crônicas - "a vida como ela é";
  • Arte - espaço de alto teor cultural, divulgando as manifestações artísticas da Redação;
  • Gastronomia - receitas dos melhores gastrólogos;
  • CAPA - fique por dentro de tudo que anda rolando no mundo das estrelas. Moda (leia-se modinha) em geral. O grande chamariz à grande massa morta;
  • Geral - leia-se resto;
  • Diálogos - de vãs filosofias de buteco à entrevistas variadas;

No mais, é isso. Desejo um bom trabalho a todos.

Abraços, Gutiérrez.

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