Pois bem, que seria a comunicação? Tem ela, por oculto firmado, sentimento desses, ousado, em ver-se, afinal, compreendido em voltas ao interesse próprio? É proposta posta em prática? É? Pois é... isso depende. E, assim, de acordo, se faz também a incomunicância. Não vejo argumento invencível em ponto cuja argúcia torne conclusão alguma firmada em conjuntura qualquer.
Enfim, assunto capistrano o proposto. Ao meu ver, a incomunicação mostra as caras, no geral, em dois momentos: a falta de interesse por compreensão, ou a já intrínsica compreensão.
Veja bem...
Quando não há interesse de compreensão, quando a compreensão já se foi aos ares, quando a compreensão já se escorreu ao ralo da relação dentre 2 ou mais viventes, surgirá, de mansinho ou de sopetão, o silêncio do coração que só quer a solidão. Não é situação difícil de se imaginar. Gente, gente e mais gente, bilhões de gentes nessa vida... selecionamos os que prezamos; aos rejeitados, o limbo! Não há de se fazer muita coisa, persona não grata se trata assim, no ferro do cinto mesmo. Para que compreender ou tentar ser compreendido por alguém que já deu mostras de total inferioridade ao chão aveludado sobre o qual eu caminho? É coisa meio inútil... vez que outra até nos vemos surpresos com tais vermes... às vezes se mostram até evoluidinhos até... às vez... muito de vez em quando... Por exemplo, seria a incomunicação desculpinha esfarrapada a relacionamentos dilacerados? SIM! Por certo. Relacionamentos dilacerados não admitidos por ambas as partes afundam-se num silencioso constrangimento de incomunicação, tendo, ainda assim, como a fina pilastra da edificação, aquele papinho miserável "oh! aqueles em quem confiamos são aqueles com quem nos calamos"... eis a incomunicação corrosiva de uns tantos perdidos por aí.
Todavia, conquanto haja tal vertente da desafirmação da comunicação, não paremos por aí. Conclusão dessas, precipitada, destrói lares, eclode a desavença por dentre os casebres humildes dessa nação alegre e bonita por natureza. Não queremos isso... queremos a união, queremos o novo. Ei-lo cá: a incomunicação como evidência de confiança e conpreensão mútua. Parando para pensar, vê-se que a comunicação pode ser, de certo modo, dividida em dois aspectos: comunicação de conhecimento e comunicação de firmamento. A comunicação de conhecimento, evidentemente, refere-se aquele papo padrão entre dois desconhecidos - nomenclaturas, gostos, concepções, filosofias, etc. Tal estirpe de comum icação não deve ser levada em conta dentro da discussão levantada, afinal, segue normas restritas em todas as partes do mundo, não sendo relevante a levantamento de evidência de maior seriedade. Já a comunicação de firmamento, essa sim, deve ser atentada na discussão alevantada -por ser essa a comunicação entre aqueles que, num mínimo valor que seja, alcançaram certa confiança mútua. Cá participam elementos de uma conversa cotidiana com progenitores, namorados, amigos, etc. Conversas de maior previsibilidade e, portanto, por vezes, menor duração ou intensidade. Conversa fiada mesmo. Compreendida essa diferenciação, fica evidente como, afinal, a incomunicação como evidência de confiança e compreensão mútua ocorre. É processo natural dentre dois viventes que vêem, um no outro, expectativas concretizadas, virtudes semelhantes, enfim, compreensão confiada e confiança compreendida.
Incomunico-me, pois, por fim.
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