sexta-feira, 2 de abril de 2010

textopseudointelectualóidesóprarecomeçar

Samba rock moendo, ô ô ô ô, puta vibe massa, pessoal na curtição
"O clima é de partida, vou dar sequência na minha vidaáAa..."

O clima é de partida... O clima é de partida... (ziriguidum dum dum)
É... (Essa é uma história) Partida... (de uma linda história de amo...) Partir... (oôoor...)
Partir de onde? (gole de cerveja)
Para onde? (TÊ TÊ TÊretê...)
Que ação ampla essa, que nos parte em dois, em três, em mil; nos tornando uma parte de nós mesmos, que se confunde em uma profundidade sem fundo, à parte do que se passa, e pensa como um todo partido, e sente a falta de uma completude que nos é incondicional.
Daqueles dias que a gente percebe que perdeu. Perdeu um algo... que não sabe bem o que é.
A percepção pré-concepta, ante-parto, de miserável parte perdida no tempo da vida emerge do mar da mente. Uma verdade que a gente mente toda hora, e, para não se afogar nas questões vãs, que de resposta só trazem uma incompreensão angustiada, a gente pára, a gente ignora. E como ignorantes partes partimos, em busca de uma completude que não sabemos o que é. Partimos nas cruzadas de nossas vidas, apêndices sem rumo que somos. Nos atiramos em inocentes encruzilhadas que determinarão não mais que o resto da nossa eternidade, fazendo das vidas passadas roteiros-guias de voláteis vaidades incertas.
A nossa natureza é a fumaça de um concreto líquido que se esvai pelo ar.

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terça-feira, 6 de outubro de 2009

Ano Velho

...poder-se-ia dizer, uma história que começa do fim. Era 31 de dezembro de 2006. Duas pessoas, mais precisamente duas idéias, se confrontavam em algum lugar do litoral catarinense. Uma, de um otimismo levemente afetado por desavenças constantes na vida pessoal; outra, de um pessimismo conformado, levemente simplista, e plenamente complexado:
(...)
- Não ergo uma bandeira pró-fidelidade. Mas o fato é que tem momentos em que não há desejo pela transgressão, entende? Um pouco por medo, outro pouco por peso de consciência, é verdade... mas é certo que é uma sensação de completo alento. Não fazer o mínimo esforço para estar com outro alguém, pra não dizer simplesmente não querer estar com outro alguém... sei lá, é uma tranquilidade estranha...
- Hehe... é, cara... já pensei assim também. Um dia já cometi esse erro. Mas, cara, elas não merecem isso. Prefiro fazer antes de levar um bom par de chifres. Essas 'mulher' são tudo vagabunda.
- É... sei não. Qual a moral? Entrar em um relacionamento com um pé atrás e uma mão na bunda de outra vadia qualquer? Sabe?

...até esse ponto, ao olhar desatento, não se via muito além de um diálogo maniqueísta - o bem contra o mal, o correto contra o errado. Mas não, era algo mais... de um lado, era um alguém ainda esperançoso quanto a um namoro em crise; d'outro, apenas um ranço, vingativo e surrado.

- A moral é essa. Nessa vida, o que importa é dinheiro, um carro massa, bastante mulher, e uma cervejinha gelada... 'tá comigo?
- ... - uma inquietude consternada da idéia oposta, um silêncio breve, e por fim, um consentimento sutil no manejo afirmativo da cabeça. Conformou-se... aquela discussão, fosse como fosse, não levaria a nada.

E aí entro eu, vosso humilde narrador e comentarista desse certame, para uma breve reflexão acerca das idéias em conflito.
O lado pessimista - vê e vive um toma lá, dá cá, bezuntado em orgulho próprio e birra. Em algum momento, pode ter sido um otimista, mas perdeu o caminho nas primeiras oportunidades oferecidas. Hoje, é ele, é só, não depende - uma linha reta, objetiva e concreta, sem qualquer maleabilidade. E a idéia oposta... seria de um otimismo puro? Nota-se que a sua tendência em valorizar o próximo (no caso, a próxima) é admirável. Contudo, não se sabe os motivos que o levam a isso - tampouco o interlocutor faz questão de esclarecer. Ele não chega a firmar posição, e permanece em cima do muro. Sequer chegou a lutar pelos seus valores. Desistiu fácil de defender o que acredita, por ver como certa a incompreensão do outro. Julgou-se superior, dono de uma verdade que mal formulara por lógica, mas sim por um orgulho ético que, não seria de todo absurdo dizer, era tão burro quanto a pior ignorância.
...e seguia o confronto. Posso adiantar que agora não mais se tratava de uma mera concretização maniqueísta verbal, agora era algo mais... um conflito entre egos, um choque frontal entre orgulhos feridos.
(...)
- Eu poderia dizer, aliás, eu digo que uma pedra é tão viva quanto uma pessoa.
- Quê!? Que absurdo!
- Por quê? Que concepção tão errada é essa que define a vida?
- Cara, tu 'fumô' alguma coisa? Quando que uma pedra vai ser viva? Ela caminha por acaso?
- Desde quando vida é vida só quando caminha? ...entende? Por que essa categorização entre vivo/não vivo? A verdade é que tudo não passa de organização. Organização atômica, organização molecular, organização celular, ... sabe? O fato é esse... somos um conjunto de coisas, como qualquer pedra. Somos um conjunto de coisas que mal se dá conta do que é o todo que formamos.
- Ah... cala a boca.
- Eu tô certo.
- 'Tá errado. 'Tá louco e 'tá errado.
(...)
Nesse ponto o confronto franco e agressivo entre as idéias, e principalmente, entre os egos, se vê evidente. Não há interesse outro senão o de se sair vitorioso, inabalável, superior. Talvez pela grande inércia dessa vida, em não querer que, a partir daquele ponto, a vida de um ou de outro se quebre, tomando novos rumos e concepções.

Era, finalmente, o ponto de inflexão reflexiva de mais um ciclo de vida. O ideal otimista chegava ao fim daquele ano em um paradoxo nada novo.
Era uma situação ruim, mesmo recém passado o melhor ano de sua vida.

(01.01.2007)

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domingo, 6 de setembro de 2009

Partida

Eu sinto em você o que se sente em mim
Quando em minhas mãos tenho tanto a partir.
Nos partindo em dois, nós partimos a sós,
Nossa parte de nós que se esvai no ar.

Eu penso em querer mais tempo a sós.
Desfaz esses nós, e me deixa um vão,
Que meu rebento à sorte vai me encontrar,
Me guiando o norte, até eu me achar.

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Tirando a poeira...

Extraindo o futuro de um passado distante,
Abstraio da introspecção o que há de irreal,
Distraio a atenção, me torno infinito no ar.
Sou a terra sem fim, a luz, o véu,
não mais que o manto do céu de mim.

A impressão que dá é que as coisas ficam mais claras aqui. A amplitude no horizonte se torna subjetivamente literal. Desigual, o corpo acata a pequeneza, e a mente se liberta. O que importa passa ser a importância, não os valores importados que carregamos sem valia qualquer... aqui não há a desnatureza conflitante que incessante nos cega entre prédios e carros, barulho e silêncio mudo, silenciando o grito no desassossêgo da inconstância de uma vida urbana desigual. Aqui o silêncio é a paz do encontro consigo mesmo... e só.

Que paz é essa, que no homem não apraz como o desassossêgo o faz?

...que depois do inusitado encontro, voltamos enfim, tangentes à calma natural, cadentes a um frenesi pedante, agindo à imagem infante, errantes em pensamentos mutantes fazendo das antíteses contradições de nós mesmo...

13.01.2009 - Salar de Uyuni - BO

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quinta-feira, 7 de maio de 2009

Experiência com muletas

muletas cansam...

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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Era II

A redação do Jornal Critilo vem dar uma satisfação ao zilhão de leitores ávidos que dia a dia entristecem-se ao não ver nada além de uma que outra chorumela nesse blog com tanto potencial.
Buenas, o que passa é que estamos em tempos difíceis. As dificuldades são muitas, porém não vamos justificar nossas faltas, e sim esperançar vossos olhos atentos com um horizonte novo e um futuro potencialmente grande. Sim, meus caros, mudanças bruscas nos nossos rumos estão por vir...

O panorama atual é o seguinte: paradoxalmente, a redação do nosso jornal cresce mais e mais a cada dia. Nunca estivemos tão grandes, com tanto conteúdo, e com tantas idéias para pôr em prática. E isso é um problema... o crescimento nos trouxe uma anarquia de idéias. Nos aviramos em uma multidão de vozes bradando suas causas, e o que resta é um sentimento comum de insatisfação geral! Todos querem ser ouvidos, e ninguém entende ninguém. Para piorar a situação, nosso mentor intelectual, o Gutiérrez, anda afundado em uma ressaca emocional e não dá mais bola para essa birosca.

Bom, meus amigos... resolvi agir. Eu, Jão, e o irmão Felipe passamos a tomar conta desta porra. Conosco a coisa vai se mais séria. Chega de poeminha mela cueca, chega de reflexões vazias, chega de conflito existencial. Adotamos um sistema de construtivismo dinâmico: aqui vai se escrever sobre arte, sobre cultura, sobre conhecimento. Manifestações outras (não) vão passar pelo rigoroso crivo do nosso filtro crítico.

E já convido desde já os novos amigos da redação a se apresentarem. Não só, mas também convido quem se interessar à realização dos ensaios da banda Bossa Crítica, que está voltando a ativa. Com a ausência do irmão Gutiérrez e a saída do Júnior (que já vai tarde, eu arrisco dizer) estamos com lugar de sobra na banda.

...é isso.

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segunda-feira, 13 de abril de 2009

imagem...

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
[...]
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
[...]
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu
[...]
...a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus.
(Chico Buarque)

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quinta-feira, 2 de abril de 2009

No sofá multicolorido

Em um sentimento doloso, acordo, concordo e contesto o contexto; conquanto, adverso ao verso e à confusão do texto - que detesto, atesto -, por fim, o acato de fato.
Contudo e não obstante, não é o bastante de tudo ao todo da minha compreensão. Insensato, me vejo no ato, confuso num monólogo ambíguo e estranho. Subjetivo ao meu trato - em prosa entreato que, da poesia vazia, proseia antipatia - prego a nostalgia, e me afundo, bem no fundo, de um eu abstrato...

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terça-feira, 24 de março de 2009

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"A vida sem freio me leva, me arrasta, me cega
No momento em que eu queria ver
O segundo que antecede o beijo,
A palavra que destrói o amor
Quando tudo ainda estava inteiro
No instante em que desmoronou.

E cada segundo, cada momento, cada instante
É quase eterno, passa devagar
Se o seu mundo for o mundo inteiro
Sua vida, seu amor, seu lar
Cuide tudo que for verdadeiro
Deixe tudo que não for passar.

Palavras duras em voz de veludo
E tudo muda, adeus velho mundo
A um segundo, tudo estava em paz

Cuide bem do seu amor
Seja quem for..."
(Herbert Vianna)

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segunda-feira, 23 de março de 2009

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"Tristeza não tem fim, felicidade sim..."
(Vinícius de Moraes)

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